A volta do seu amado
Meu peito pede chora baixinho,
A saudade do seu amorzinho
Meu peito diz acanhado,
Que te ama e te quer do teu lado
Esse peito que só vive de ti
me dói na alma um bucado.
A um passe de Didi, Garrincha avança
Colado o couro aos pés, o olhar atento
Dribla um, dribla dois, depois descansa
Como a medir o lance do momento.
Vem-lhe o pressentimento; ele se lança
Mais rápido que o próprio pensamento
Dribla mais um, mais dois; a bola trança
Feliz, entre seus pés – um pé-de-vento!
Num só transporte a multidão contrita
Em ato de morte se levanta e grita
Seu uníssono canto de esperança.